4 Atitudes que Podem Afastar a Tristeza
Pare por alguns segundos e relembre um momento que você tenha ficado em estado de tristeza ou profunda tristeza…
Conseguiu? Este exercício fez com que você reavivasse um sentimento ruim ou até mesmo um “friozinho” no estômago, certo? O objetivo aqui não é fazer com que fique triste, mas para ponderar sobre sentimentos que podem facilmente te derrubar por sua simples escolha.
Aposto que, quando você se entristece, na maioria das vezes são por coisas que não pode influenciar, como uma pandemia, por exemplo. Você pode até evitar pegar a doença, mas não pode evitar a pandemia.
Não sei se você já assistiu uma animação chamada Kung Fu Panda. Simplesmente impossível não gostar.
Em um certo momento, um dos mestres, chamado Shifu, se encontra em um dilema, pois algo acontece fora das expectativas dele. Ele não podia fazer nada para mudar aquilo, a não ser aceitar e enxergar algo positivo – mas ele não conseguia e se entristecia e gastava muita energia para mudar algo que não poderia.
Em uma conversa, seu líder imediato, o mestre Oogway, tenta fazê-lo ponderar sobre as coisas que não podemos influenciar. Ele usa como exemplo, um pessegueiro. Ele diz para o mestre Shifu que ele não poderia, por exemplo, determinar quando as flores nasceriam e quando a árvore poderia dar frutos. Mestre Shifu, por sua vez, frustrado, mas combativo, disse que ele poderia determinar quando a fruta poderia cair, e até mesmo onde plantaria a semente.
Neste momento, o mestre Oogway ensina algo, tão valioso, que serviu para o desfecho da história: “Você pode fazer o que quiser, mas sempre será um pessegueiro”.
Quantas vezes em seu cotidiano, pessoas perdem seu tempo com pensamentos negativos, falhas em outras, comparações e situações que não se resolverão sozinhas se apenas houver lamentação pelo ocorrido?
Pensando nisso, elencamos 4 maneiras para que você foque naquilo que pode influenciar. Vamos lá?
1. Não são as pessoas que te magoam, mas você é quem se magoa
Em um discurso na Conferência Geral de Outubro de 2006, o Élder David A. Bednar nos ensinou:
“Quando achamos ou dizemos que fomos ofendidos, em geral isso quer dizer que nos sentimos injuriados, maltratados, desprezados ou desrespeitados. Certamente ocorrem coisas irrefletidas, constrangedoras, censuráveis e mesquinhas em nossas interações com outras pessoas que podem fazer com que nos sintamos ofendidos. Todavia, no fundo é impossível para uma pessoa ofender outra. Na verdade, achar que alguém nos ofendeu é fundamentalmente falso. Ofender-nos é uma escolha que fazemos; não é uma condição infligida ou imposta a nós por alguém ou algo.”
(Élder David A. Bednar, E Para Eles Não Há Tropeço, 2006, Conferência Geral)
Isso é tão profundo quanto parece.
Em um processo de amadurecimento individual, é possível cada um de nós enxergarmos por outra maneira quem muitas vezes, intencionalmente ou não, faz o que não gostamos. Uma pessoa agir contra nós não está em nosso círculo de influência. O que podemos mudar é a maneira como reagimos aos estímulos que recebemos.
Existe outro círculo onde nós não podemos agir que é o de preocupação. Quanto mais agirmos em que influenciamos, de maneira positiva, mais maturidade mental e espiritual temos. Isso faz com o círculo de influência se expanda e possamos agir em coisas que antes não podíamos, por falta de preparo ou maturidade. Isso não quer dizer que vamos poder dominar a ação de terceiros, mas podemos influenciar outros, conforme vamos ganhando respeito e confiança.
Lembre-se, não estou dizendo que isso é fácil, mas com preparação, escolhas boas e desenvolvimento de amor genuíno pelas pessoas pode tornar essa postura possível.
2. Parar de achar falta nos outros
Existe uma escritura famosa em Mateus 7:3-4 que diz:
“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho; e eis uma trave no teu olho?”
Em tempos de mídias sociais, vemos que as pessoas têm aflorado cada vez mais sua capacidade de “cuidar da vida dos outros”. Falo isso no sentido ruim da frase. Temos o péssimo costume de julgar as pessoas sem mesmo saber de todo o fato ou até mesmo conhece-las. Muitas vezes, o hábito de julgar está em não valorizar o que temos ou sermos invejosos com o que outras pessoas possuem, sendo bens materiais ou apenas uma vida feliz.
Ficar prestando atenção na vida de outras pessoas a fim de julgá-las pode atrair um sentimento de tristeza e ódio que não faz bem para quem o comete.
Uma citação do Élder Gregory A. Schwitzer ensina:
“Às vezes acabamos fazendo um juízo apressado das pessoas, que pode mudar ou redefinir nosso relacionamento com elas. Frequentemente julgamentos equivocados são feitos devido a informações limitadas ou por não enxergarmos além daquilo que temos a nossa frente.”
(Gregory A. Schwitzer, Desenvolver um Bom Julgamento e Não Julgar Os Outros, 2010, Conferência Geral)
Se você tem esse costume, mesmo que somente as vezes, pare imediatamente. Dê chance para as pessoas e nunca fale mal de ninguém “pelas costas”.
“Quando protegemos os ausentes, ganhamos respeito dos presentes”, frase também icônica de Stephen R. Covey.
3. Servir outros e permitir ser servido
Uma das coisas que podem tirar as pessoas da tristeza e muitas vezes da solidão e buscar servir os outros. Sempre há uma oportunidade de serviço.
Ajudar idosos a atravessarem a rua, levar suas sacolas e inclusive fazer compras para os que moram em sua vizinhança e comunidade neste tempo de pandemia, pode ser uma excelente maneira de demonstrar amor pelas pessoas.
As pessoas oram para que o dia delas seja bom, oram para pedir respostas para uma vida conturbada. Permita-se ser um instrumento nas mãos de Deus para que seja esta resposta e receba e dê alegria para outras pessoas.
Muitas vezes, nós estamos passando por uma situação delicada e muitas pessoas querem nos ajudar, mas recusamos por não querer atrapalhá-las ou por se sentir constrangido:
“Aceitar uma ajuda pode ser as respostas que você está esperando para suas orações e para o fim de sua angústia e tristeza”.
4. Leia as escrituras e bons livros
O Élder Jairo Mazzagardi disse quando entrevistava um jovem rapaz para passar pelo templo:
“Quanto mais tempo ocupo minha mente com coisas boas, menos tempo tenho para pensar em ‘besteiras’”.
A leitura das escrituras sagradas, tais como a Bíblia devidamente traduzida e o Livro de Mórmon pode se tornar um banquete para o nosso espírito e fazer com que nossas atitudes se transformem de tal maneira, que a esperança e alegria durante nossa jornada da vida terrena seja possível.
Podemos também adquirir conhecimento por meio de livros profissionais, história, drama, entre outros, desde que esteja nos padrões do Senhor e não te desvie ou traga sentimentos impróprios.
Sobre conhecimento, o Senhor dá a seguinte instrução ao profeta Joseph Smith, no livro de Doutrina e Convênios 130:18-19:
“Qualquer princípio de inteligência que alcançarmos nesta vida surgirá conosco na ressurreição.
E se nesta vida uma pessoa, por sua diligência e obediência, adquirir mais conhecimento e inteligência do que outra, ela terá tanto mais vantagem no mundo futuro”.
O Élder Neal A. Maxwell nos ensinou:
“Se ponderarmos sobre o que levaremos conosco quando nos erguermos na ressurreição, é bem evidente que teremos nossa inteligência, não simplesmente nosso QI, mas também nossa capacidade de receber e colocar em prática a verdade. Nossos talentos, nossos atributos e nossas habilidades se levantarão conosco; e sem dúvida também nossa capacidade de aprendizado, nosso grau de autodisciplina e nossa capacidade de trabalhar”
(Neal A. Maxwell, We Will Prove Them Herewith [Vamos Prová-los Aqui], 1982, p. 12).
Busque sempre bons conteúdos, bons amigos, ame o próximo, defenda a verdade, faça bom juízo das pessoas, e amadureça seu entendimento para que não se magoe ou se entristeça com facilidade. Lembre-se que você tem um potencial divino, que o Pai Celestial te ama e Jesus Cristo sempre estará ao seu lado. Siga o Seu exemplo.
Fontes de citação:
- Dreamworks, Kung Fu Panda, 2008
- Discurso Élder David A. Bednar Conferência Geral Outubro 2006 – E para Eles Não Há Tropeço;
- Bíblia Sagrada, Novo Testamento Mateus 7: 3-4;
- Discurso Élder Gregory A. Schwitzer Conferência Geral 2020 – Desenvolver um Bom Julgamento e Não Julgar Os Outros;
- Livro de Doutrina e Convênios 130:18-19;
- Élder Neal A. Maxwell – Iremos Prová-los Aqui (original We will Prove Them Herewith) – 1982 – pág. 12)
Originalmente publicado em: https://blog.luzespalhai.org
Boa noite. Na verdade temos que aceitar as pessoas como elas realmente são com seus defeitos e virtudes e crer que a Palavra vai ajudá-la a diminuir seus defeitos e aperfeiçoar suas virtudes.
Olá Paulo. Sim, este é um ponto. Quanto menos julgamentos e mais amor, podemos mudar a vida das pessoas. Obrigado por seu comentário.