Primeiro Acreditar, depois exercer Fé (Preparação para receber convênios)

Ser batizado é um ato de fé. Dificilmente uma pessoa que aceita ser batizada já possui um firme testemunho de todos os princípios, pois não houve tempo suficiente para que sua fé fosse colocada à prova. Não há como continuar a debater sobre a preparação para receber convênios sem que estes dois termos – Acreditar e Fé – estejam bem definidos.

A Fé está intimamente ligada as nossas obras, portanto a fé transcende o acreditar. O simples fato de acreditar não passa de um conhecimento seja tangível ou não, pois mesmo os demônios acreditam em Deus (Tiago 2:17-19); Portanto acreditar, diferente de fé, não vem por meio de obras, mas é requisito para elas. Portanto, enquanto acreditar está mais como uma aceitação passiva da doutrina do evangelho de Cristo, ter fé é uma aceitação ativa, a qual determinam nossas ações.

Na entrevista para o batismo a respeito da Trindade, restauração da igreja e apoiar o profeta; acreditar basta para qualificar-se ao batismo. Já para o Sacerdócio e Templo para os mesmos temas a exigência é diferente (veja aqui).

“Todos aqueles que se humilharem perante Deus e desejarem ser batizados e se apresentarem com o coração quebrantado e o espírito contrito; e testificarem à igreja que verdadeiramente se arrependeram de todos os seus pecados e estão dispostos a tomar sobre si o nome de Jesus Cristo, tendo o firme propósito de servi-lo até o fim; e realmente manifestarem por suas obras que receberam o Espírito de Cristo para a remissão de seus pecados, serão recebidos pelo batismo na sua igreja.” (D&C 20:37)

Aos que desejam ser batizados precisam declararem-se a favor das crenças e abandonarem seus pecados. Abandonar os pecados e ser batizados são atos de fé e são obras que manifestam o desejo e propósito de seguir a Jesus Cristo. É claro que um mês (tempo médio para conhecer a igreja e ser batizado) é pouco tempo para uma certeza de abandono de maus hábitos, por exemplo abandonar o hábito de fumar requer mais que um mês, porém o primeiro mês reflete o desejo em ser batizado, sua crença nos ensinamentos, então, permitindo que seja batizado. Ao contrário o indivíduo que acredita nessas coisas e não executam obras de retidão, abandonando o pecado para ser batizado, são comparados aos demônios os quais creem somente (Tiago 2:19).

Depois de fazer o primeiro convênio, o batismo, só acreditar não basta mais. Pois as obras aperfeiçoam a fé, de outra maneira a fé será morta (Tiago 2:22-26).

Acreditar é o primeiro passo para exercer fé. Portanto precisamos ter a habilidade de acreditar nas palavras de Deus e segui-las.

Com o exemplo do pai de Lamôni, aprendemos a importância de termos um coração receptivo, desejoso de mudar. O pai de Lamôni estava disposto a dar metade do seu reino a Amon em troca de sua vida (ver Alma 20:21–23). Depois que Amon pediu apenas que o rei desse permissão a Lamôni para adorar como desejasse em seu próprio reino, a generosidade e grandeza das palavras de Amon perturbaram a mente e o coração do rei (ver Alma 20:24; 22:3). Quando Aarão chegou para ensinar o rei, seu coração tinha mudado e ele demonstrou facilidade em acreditar, dizendo a Aarão: “Eis que acreditarei” (Alma 22:7). Depois, mostrou desejo de abrir mão de tudo o que possuía, até de abandonar seu reino para ter a alegria do Senhor (ver Alma 22:15). Quando o rei orou pela primeira vez, ofereceu aquilo que o Pai Celestial queria, quando disse: “Abandonarei todos os meus pecados para conhecer-te” (Alma 22:18). Facilidade e empenho em acreditar na palavra de Deus são frutos do arrependimento e da obediência.

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(…) essa facilidade e empenho em acreditar virá como resultado de fazermos coisas aparentemente insignificantes que nos foram ensinadas repetidas vezes desde a nossa juventude. A obediência produzirá um coração sensível e facilidade em acreditar na palavra de Deus. (…) a facilidade em acreditar fará com que o Espírito seja derramado com mais abundância.

(Facilidade e Empenho em Acreditar, ÉLDER MICHAEL T. RINGWOOD, Dos Setenta, Conferência Geral de outubro de 2009)

Exercer fé é um requisito aos santos para fazerem novos convênios com Deus. Testemunhamos, ano após ano, muitos casos de irmãos que foram batizados, frequentam a igreja mas não estão preparados para receber o sacerdócio, outros simplesmente se afastam. O requisito e a importância de fazer um próximo convênio com Deus é mais elevado do que foi o batismo. O batismo é a porta de entrada, mas o caminho ainda é longo.

O Apóstolo Paulo ensinou que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11:1). Alma fez uma afirmação semelhante: “Se tendes fé, tendes esperança nas coisas que se não vêem e que são verdadeiras” (Alma 32:21). A fé é um princípio de ação e poder. Sempre que trabalhamos para alcançar uma meta digna, demonstramos fé. Manifestamos nossa esperança em algo que ainda não podemos ver. (veja no site da igreja)

Ao falar sobre esperança muitos literalmente tem na esperança simplesmente esperar sem nada fazer. Mas se fé é a base da esperança como esperança poderia ser somente esperar? Afinal fé é um princípio de ação e poder. Portanto Fé e esperança possuem uma relação de causa e consequência, ou seja a esperança é a consequência de atos de fé, não pode haver esperança sem o princípio de ação da fé. Quando Joseph Smith exerceu fé para ter sua pergunta respondida ele precisou de agir (Tiago 1:6), sua pergunta não se responderia sozinha, ao exercer fé ele esperava uma resposta (em Hebreus 11 lemos diversos exemplos nos quais a fé foi exercida). Quando agimos com fé em nada duvidando, sabemos então que o Senhor agirá em Seu tempo, consequentemente a esperança basta.

Este é o segundo artigo de uma série sobre preparação para receber convênios.

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